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ORIGENS DOS PRATOS CONHECIDOS COMO SIMBOLOS DE SEUS PAISES

  • Foto do escritor: José Rosa
    José Rosa
  • 14 de jul. de 2017
  • 5 min de leitura

Sempre que eu apresento um prato em meus post eu procuro mostrar em que circunstâncias, como era feito antigamente e principalmente aonde surgiu.


Sabemos que os pratos são ícones de uma nação. Quando falamos em feijoada imediatamente nos vem a mente o Brasil, se falamos em hamburgers , impossível não pensar nos fast-foods americanos. Mas será que estes pratos realmente nasceram nestes lugares?

Certamente temos muitos pratos que de fato são criações e tradições de certas regiões mas todavia existem muitos outros que por força de guerras, dominações de povos, migrações etc fizeram com que algumas comidas atravessassem as fronteiras passando a tradição de um povo para outro.


Um exemplo clássico é o caso do hambúrguer que, apesar de ser a marca número 1 dos fast-foods americanos, não nasceu na terra do Mickey Mouse. E tantos outros . O caso do sanduíche Bauru que, mesmo levando o nome dessa cidade do interior de São Paulo, foi, na verdade, inventado na própria capital paulista por um bauruense.

Vamos conhecer algumas historias curiosas de receitas que podem nos causar até algum embaraço como por exemplo pedir um “Arroz de Braga” em Portugal e o garçom não vai fazer a menor idéia do que você está querendo comer!

Aproveite para ler o post sobre o "Arroz de Pato"conhecido também no Brasil como "Arroz de Braga"

Churrasco Grego

A história mostra que o churrasquinho grego pode também ser chamado de churrasco árabe. A Grécia esteve sob domínio turco-otomano entre os séculos 15 e 19 e, por isso, não se sabe ao certo qual povo foi o inventor desse prato. Os gregos o chamam de "gyros", os turcos de "kebab" e os árabes de "shawarma". Por aqui, o churrasco é feito com bifes prensados e colocados no pão francês. Nas versões grega, turca e árabe, o sanduíche é feito com pão sírio.

O nome, o formato e o gosto podem diferenciar de acordo com o país, mas o tradicional espeto giratório é a marca registrada do Kebab, o nosso popular churrasco grego. Criado em 1.300 no Império Turco-Otomano, onde é hoje a Turquia, a refeição era servida aos soldados na época e rapidamente caiu no gosto popular, sendo transformada ao longo das gerações e até tendo atravessado o oceano.


Apesar do criador do quitute ser desconhecido, há quem afirme que o churrasquinho chegou ao Brasil pelas mãos de um “grego” qualquer, o que acabou por ganhar o nome de batismo, segundo o chef Rodrigo Libbos, especialista no gênero e proprietário do restaurante Kebab Salonu em São Paulo.

Bife à Milanesa


Bife à milanesa, ou simplesmente “milanesa”,é um empanado originário da culinária da Itália, que se tornou popular na maioria dos países da América Latina, feito com bifes tradicionalmente de vitela temperados e fritos em óleo quente após serem empanados com ovos batidos e farinha de rosca.

A denominação usada na Itália e também noutros países (incluindo a França, a Alemanha e a Rússia) é “cotoletta alla milanese” e originalmente era feita com o próprio osso da costeleta e frita em manteiga, em vez de óleo.


Ao que tudo indica, este prato é muito antigo e é bem provável que tenha mesmo nascido em Milão, na Itália. O historiador italiano Pietro Verri cita, no livro Storia di Milano (História de Milão), o cardápio de um almoço realizado no ano de 1134 na Igreja de Santo Ambrósio, em Milão. Nele, estava a descrição exata de como se prepara um bom bife à milanesa: empanar a carne com ovos batidos e farinha de rosca antes de fritar.


Ainda assim, resta uma dúvida. Quem popularizou a iguaria? A hipótese mais aceita é que foram os austríacos, quando ocuparam a Itália no século 18. O dicionário Larousse diz que a preparação de um prato à milanesa é semelhante à receita austríaca "wiener schnitzel".

Torta Holandesa

Esta torta se procurada na Holanda não vai ser reconhecida por ninguém. Li em um blog que escrevia sobre este tema que ao tentar pesquisar sobre a torta Holandesa, ligou para a Embaixada da Holanda, em Brasília, e teve uma surpresa: lá ninguém conhece a torta holandesa!

Segundo o chef Marcius Temperani, do restaurante O Compadre, de São Paulo, essa delícia que leva biscoito de maisena e chocolate é originária de Campinas. "A receita foi criada por Sílvia Leite, em 1991. Ela era, na época, proprietária de um café no centro de Campinas e deu o nome ‘holandesa’ à torta em homenagem aos bons momentos que viveu na Europa", explica o chef.

Pão Francês

O nosso querido pãozinho francês é, na verdade, uma criação legitimamente brasileira.

A receita que conhecemos hoje surgiu por encomenda de alguns brasileiros endinheirados que voltavam de viagens da Europa, principalmente da França, e pediam a seus cozinheiros que reproduzissem pela aparência um pão muito popular em Paris. Ele era curto com miolo branco e casca dourada - um precursor da baguete. O que faz a diferença entre o nosso pãozinho e sua inspiração francesa é que foi adicionado açúcar e gordura na receita .


No Brasil, o pão francês parece ter surgido no início do século XX, quando os burgueses da Primeira República adotaram a cultura francesa da “Belle Époque” como padrão, não apenas na gastronomia, mas também na moda, nas artes e nos hábitos sociais. Nessa altura, as padarias que ainda faziam um pão escuro, foram instadas a imitar uns pãezinhos alongados com um miolo muito branco e uma crosta bem dourada. Aparentemente, a receita não reproduz o pão que se consumia em França nessa altura, mas ficou conhecido como “pão francês”, conhecido noutros países como “pão brasileiro”.

Aproveite para ler o post sobre o "PAIN AU LEVAIN", que é uma pão feito inspirado na panificação artesanal, sem adição de produtos quimicos

Hambúrguer

O nome deste prato denuncia que sua origem, ao contrário do que todo mundo pensa, não tem nada de norte-americana


A história deste bife de carne moída teria iniciado no fim do século XVII, quando tribos nômades da Ásia Ocidental desenvolveram a técnica de temperar a carne bovina, finamente picada, a fim de evitar seu perecimento. A iguaria teve bastante aceitação, uma vez que dispensava o manuseio do fogo nos acampamentos. Mas esta história não tem uma fonte segura.


O uso de carne moída para fazer um bife arredondado a ser grelhado ou frito tem seus primeiros registros na Europa, mais especificamente na região dos Bálcãs e oeste da Turquia no início do século XIX. Era chamado de pljieskávica, ainda existindo hoje a iguaria com esse nome na região. Teria sido criado por um anônimo cozinheiro que queria usar carnes menos nobres trituradas para que fossem mais mastigáveis. Marinheiros alemães que faziam a rota do Báltico conheceram a receita, porém torceram o nariz para a carne crua. Levaram, então, a ideia para casa, mas passaram a cozinhar a carne. O sucesso foi tal que, rapidamente, virou um prato típico da culinária alemã.


O hambúrguer, apesar de tido e havido como uma instituição norte-americana, chegou a esse país pelas mãos de imigrantes alemães vindos dos arredores de Hamburgo. No século XIX, quando a América recebia grande quantidade de imigrantes, os navegadores que partiam da cidade alemã de Hamburgo traziam a tradicional receita, que recebeu o nome de hamburg style steak (bife ao estilo hamburguês). Os americanos aperfeiçoaram a receita, acrescentando o pão. Hoje, o hambúrguer é um ícone da culinária americana. Em 1836, no restaurante Del Monico's, em Nova Iorque, o hambúrguer ganhou, pela primeira vez, estatuto de iguaria e passou a constar no cardápio - entre duas fatias de pão, já em formato de sanduíche.


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