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ANGU À BAIANA - UM PRATO BEM CARIOCA

  • Foto do escritor: José Rosa
    José Rosa
  • 25 de out. de 2017
  • 3 min de leitura

O angu à baiana ao contrário do que seu nome sugere não veio da Bahia. A origem do Angu à Baiana tem suas raízes no Rio de Janeiro.

O Angu é um prato típico da culinária brasileira, preparado geralmente com fubá (farinha de milho) e água (não se utiliza sal). Nas regiões em que houve influência de imigrantes italianos, o angu passou a ser conhecido como polenta, prato italiano com receita praticamente igual


Mas e o angu à baiana? Eu procurei saber um pouco mais sobre este prato delicioso, e como sempre gosto de deixar em minhas matérias a origem dos pratos normalmente vem acompanhada de alguma polêmica. Há sempre alguém para contestar e apresentar outra versão. Isto é normal e caso haja algum comentário me envie por favor.


Há relatos de que o angu à baiana teria começado a ser servido no Rio de Janeiro em meados do século XIX. A população das comunidades mais pobres começaram a ocupar os morros e começavam as favelas. Naquela época estas famílias tinham grande dificuldade para conseguir trabalho e o dinheiro para seu sustento era muito escasso.Para ajudar na vida desta população pobre as donas-de-casa começaram a fazer este prato para vender e conseguir uma renda para a família. Os maridos , na sua maioria estavam na Guerra ou voltando dela e sem emprego.O prato era feito com massa de milho e água e acrescido de um condimentado caldo de miúdos. Após a Guerra do Paraguai os soldados negros quando retornavam para suas casas e ganharam alforria seriam os maiores consumidores deste prato.

A mulheres que iam para as ruas vender o angu se vestiam com saia cheia e rodada, toda de branco e com turbante na cabeça, o que mais pareciam uma baiana. Esta seria a explicação para o nome do prato "angu à baiana".


Segundo está registrado no Wikipedia , a venda do angu pode se mostrar de grande importância naquela época, ao se saber que o Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, em 10 de julho de 1835, estampava o seguinte anúncio:


"Participa-se aos que vendem angu, que na rua dos Ourives n. 137, se acha a venda azeite de dendê fresco, em barris, a 1$200 cada medida"


O Angu e as obras de Jean-Baptiste Debret

Jean-Baptiste Debret, artista plástico, pintou quadros e desenhos das vendedoras de angu na praia. Esse angu, relatado por Debret, era também a comida de escravos, cujos trabalhos e maus-tratos que sofreram foram registrados nas aquarelas do pintor.

O Angu do Gomes


Na cidade do Rio de Janeiro, continuando a tradição das vendedoras de angu do século XIX, ficou famoso, entre as décadas de 1960 e 1980, o Angu do Gomes , uma rede de carrocinhas ambulantes pertencentes ao português conhecido como "velho Gomes" que vendia apenas o "angu à baiana". Com preços populares, a rede fazia sucesso nas noites e madrugadas da cidade. Havia carrocinhas na Praça XV de Novembro junto à Estação das Barcas, no Centro; na praça do Lido, no bairro de Copacabana; e em frente ao estádio do Maracanã nos dias de jogo de futebol. A partir de 1977, a tradição do "angu do Gomes" foi continuada pelo filho do velho Gomes, João Gomes, que inaugurou um restaurante no bairro da Saúde, intitulado Angu do Gomes, com cardápio baseado na receita do famoso angu.

O Restaurante ANGU DO GOMES está de volta no mesmo local que, de mercado negreiro, se transformou em centro de bohemia, palco das primeiras rodas de samba e de capoeira do Rio. A intenção é unir boa comida à boa música, tudo sob a batuta do velho Basílio, presidente de honra da CASCA – Confraria dos Amigos do Samba, Choro e Angu, ajudando a recuperar a memória gastronômica, identitária e cultural de nossa cidade.



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